Jovens de Brasília apostam em formação internacional para acelerar carreiras

Brasília acompanha de perto uma tendência nacional: o crescente número de jovens que busca capacitação no exterior como forma de ampliar oportunidades profissionais. Dados recentes apontam que mais de 110 mil brasileiros estavam estudando fora em 2023/24, sendo 16.877 apenas nos Estados Unidos, conforme o relatório Open Doors 2023–2024. Destes, uma fatia significativa vem de cidades como Brasília e do Distrito Federal, especialmente através de programas como “Pontes para o Mundo”, que oferecem intercâmbio de 17 semanas para estudantes da rede pública.
O interesse por estudo e pesquisa no exterior não surge apenas pelo prestígio acadêmico, fatores como oportunidade para jovens atletas, bolsas de estudos e experiência internacional estão entre os motivadores principais. Um exemplo inspirador desta nova leva de talentos é Pedro Henrique da Silva Parmezani.
Pedro saiu de Mairinque (SP) sozinho aos 15 anos, com o objetivo de estudar e jogar futebol nos EUA. Hoje, ele se destaca como prodígio em Física Aplicada e Sistemas, com prêmios como Outstanding Physics/Engineering Award e Senior Academic and Leadership Achievement Award, ambos concedidos pela West Virginia Wesleyan College. Ele formou-se Magna Cum Laude com GPA de 3,84 e integrou o prestigiado All-Mountain East Conference Academic Team.

Com apoio da bolsa SURE, Pedro conduziu pesquisa sobre atenuação de radiação gama, testando materiais como chumbo, cobre e plásticos. “Em viagens espaciais, onde cada grama conta, descobrimos que plásticos leves podem proteger quase tanto quanto metais pesados”, afirma. Essa experiência mostra o impacto prático que o intercâmbio traz, não só em ciência, mas em inovação global.
Na trajetória esportiva, ele foi capitão do time universitário de futebol (NCAA) e atuou como Resident Assistant, equilibrando treinos intensos e rotina acadêmica rigorosa. “O futebol me ensinou disciplina, gestão do tempo e liderança sob pressão”, diz.
O caso de Pedro traduz o que muitos jovens de Brasília também estão vivendo: o intercâmbio aparece como caminho para crescimento técnico, cultural e pessoal. No Distrito Federal, iniciativas como o “Pontes para o Mundo” têm facilitado o acesso de estudantes do ensino médio ao exterior, com intercâmbios no Reino Unido e apoio financeiro.
Segundo levantamento da UNESCO, o número de brasileiros estudando fora cresceu cerca de 50% entre 2017 e 2022. E dados da NAFSA apontam que, somente em 2023, estudantes brasileiros injetaram mais de US$ 1 bilhão na economia educacional dos EUA.

Para muitos jovens brasilienses, a mensagem de Pedro é um incentivo concreto: “Começar com medo é normal, o importante é não permanecer nele. Saia da zona de conforto e esteja sempre aberto a aprender.” Sua jornada confirma que o investimento em formação internacional não só é um diferencial, mas pode ser o alicerce de carreiras de sucesso em áreas estratégicas como ciência, engenharia, inovação e mesmo no esporte.
Pedro é premiado em Matemática desde muito jovem. Uma inspiração que o levou a seguir o estudo nos Estados Unidos.

